A literacia em saúde envolve a capacidade de compreender e utilizar informações de saúde para tomar decisões informadas sobre a própria saúde e a saúde de outros. Inclui competências de leitura, escrita, compreensão numérica e comunicação, sendo cada vez mais influenciada pelo uso de tecnologias digitais.
Porque é que a literacia em saúde é importante?
Estudos mostram que a literacia em saúde tem um impacto direto nos resultados nesta área. Em Portugal, cerca de 50% da população apresenta uma literacia em saúde muito baixa, o que está associado a dificuldades na gestão de doenças crónicas, maior mortalidade e custos mais elevados com cuidados de saúde.
Uma baixa literacia em saúde pode dificultar o acesso a cuidados adequados e comprometer a segurança do doente.
O Papel da Literacia em Saúde no Controlo de Doenças Complexas
A literacia em saúde é especialmente importante no caso de doenças crónicas, como a diabetes. Os doentes com diabetes precisam de compreender informação sobre alimentação, medir e interpretar os valores de glicemia (níveis de glicose – açúcar – no sangue) e tomar decisões adequadas para o controlo da doença.
Abordagens educativas que promovem a literacia em saúde demonstraram melhorar o autocontrolo e os resultados clínicos destes doentes.
Como melhorar a literacia em saúde?
Criar materiais acessíveis: Os materiais informativos devem ser escritos em linguagem clara, com um nível de leitura adequado a um público amplo, garantindo que todos conseguem compreender e aplicar a informação disponibilizada.
Simplificar a comunicação: Os profissionais de saúde podem evitar ou explicar termos técnicos, apresentar informações de forma clara e estruturada, e recorrer a recursos visuais sempre que possível.
Utilizar a tecnologia: Aplicações de saúde e sites fidedignos podem ajudar as pessoas a monitorizar e compreender melhor a sua condição de saúde.
O Papel do Farmacêutico na Promoção da Literacia em Saúde
O farmacêutico assume um papel fundamental na promoção da literacia em saúde, sendo frequentemente o profissional de saúde mais próximo e acessível à população. No dia-a-dia, oferece aconselhamento personalizado sobre medicação, garantindo que cada doente compreende como utilizar, conservar e descartar corretamente os seus medicamentos, aspetos cruciais para a segurança e eficácia do tratamento.
O farmacêutico presta especial atenção ao esclarecimento sobre possíveis interações medicamentosas, promovendo assim o uso racional e seguro dos medicamentos.
No contexto das doenças crónicas, oferece apoio continuado na gestão da medicação e educação sobre práticas de autocuidados, contribuindo para melhores resultados em saúde.