Herpes Labial

O que Precisa de Saber Sobre o Herpes Labial: Sintomas, Causas e Tratamento

Uma pequena bolha nos lábios que começa com um formigueiro e rapidamente se torna dolorosa? O herpes labial é mais comum do que imagina e pode surgir nos momentos mais inconvenientes. Mas o que o desencadeia? Como aliviar os sintomas mais rapidamente?

O herpes labial é uma infeção viral comum causada pelo vírus herpes simplex tipo 1 (HSV-1), embora o HSV-2 também possa ser responsável em alguns casos. É caracterizado pelo aparecimento de vesículas dolorosas e ulcerativas na região dos lábios e perioral.

A infeção inicial geralmente ocorre na infância e pode ser assintomática ou apresentar sintomas leves. Após a infeção primária, o vírus permanece latente nos gânglios nervosos (nos gânglios da raiz dorsal do nervo trigémeo) e pode ser reativado por diversos fatores. Cerca de 40% dos jovens adultos que são soropositivos para HSV-1 têm herpes labial recorrente. Estas recorrências ocorrem normalmente entre duas e seis vezes por ano.

Causas

Infeção inicial (primoinfeção) pelo HSV-1:
- Geralmente ocorre na infância- gengivostomatite é a apresentação mais comum em crianças pequenas (vesículas e úlceras na língua, lábios, gengivas, mucosa bucal e palatos duros e moles. Pode haver febre associada, linfadenopatia cervical, halitose, letargia, irritabilidade e perda de apetite.)
- A faringite é uma apresentação comum em adolescentes, com lesões na garganta associadas a sintomas virais semelhantes aos da mononucleose infecciosa.
- O panarício herpético pode ocasionalmente ocorrer através da disseminação para os dedos
Reativação do vírus latente:
- Fatores desencadeantes como stress, febre, exposição solar ou imunidade reduzida.
- Geralmente ocorre no mesmo local

Sintomas

Pródromo (6-24h antes da erupção):

- Formigueiro, comichão ou ardor nos lábios ou ao redor da boca.

Fase de Vesículas:

- Vesículas pequenas, agrupadas e dolorosas, sobre uma base eritematosa.

Ulceração:

- As bolhas rebentam, formando feridas ou crostas.

Cicatrização:

- Lesões cicatrizam espontaneamente em 7-10 dias.

A infecção por HSV-1 pode ter implicações psicológicas significativas e impactar a qualidade de vida dos pacientes, devido à natureza recorrente e visível das lesões.

Transmissão

Contacto direto com lesões ou fluidos infetados (ex.: tocar no herpes e não lavar as mãos de seguida, beijos, partilha de utensílios). Pode passar do lábio para a pele ou olho, por exemplo.
O vírus é mais contagioso enquanto houver vesículas (não estão todas na mesma fase), mas pode ser transmitido mesmo na ausência de sintomas visíveis.

Prevenção

Identificar Fatores Desencadeantes:
- Stress, fadiga e exposição solar são os mais comuns.
- Use protetor labial com FPS diariamente.
Terapia Profilática:
- Antivirais orais podem ser utilizados preventivamente em casos de surtos frequentes (>6 por ano).
Cuidados Gerais:
- Evite partilhar utensílios, toalhas ou batons durante surtos.

Tratamento

Antivirais Orais

Aciclovir, valaciclovir - Eficazes tanto na fase aguda quanto na prevenção de recorrências.
- Devem ser iniciados ao primeiro sinal de sintomas (ex.: formigueiro ou comichão).

Antivirais Tópicos

Aciclovir creme (50 mg/g): Aplicar 5 vezes ao dia durante 5 dias.

Tratamento Combinado

Combinação de aciclovir e hidrocortisona para o tratamento precoce de herpes labial recorrente. Este tratamento reduz a probabilidade de formação de úlceras e acelera a cicatrização.

Quando Procurar Assistência Médica

Lesões que não cicatrizam em 10 dias.
Febre persistente, dor intensa ou outros sintomas sistémicos.
Surtos frequentes ou sintomas graves que afetam a qualidade de vida.

Conclusão

O herpes labial é uma condição comum e controlável. O diagnóstico precoce e o início rápido do tratamento, especialmente na fase prodromal, podem reduzir significativamente a duração e a gravidade dos surtos. A prevenção, incluindo cuidados diários e terapias antivirais, pode minimizar as recidivas, melhorando a qualidade de vida do paciente.